Entenda a diferença entre trincas, fissuras, rachaduras e saiba como evitá-las
Você já se deparou com uma “rachadura” na parede de sua casa? Esta rachadura, como é popularmente conhecida, tem também outros dois nomes técnicos: fissura e trincas. Elas são classificadas a depender de suas dimensões. Em sua maioria, trincas, fissuras e rachaduras acontecem em obras nas quais, durante a fase de projetos, o solo não foi suficientemente examinado.
A análise do solo deve ser feito sempre por um engenheiro especializado. Porém, esta etapa é geralmente ignorada em obras de pequeno porte, ficando tal função delegada ao mestre de obras, ou a um pedreiro com experiência, mas que podem deixar passar alguns detalhes.
É por isso que a L.U. Engenharia e Construções indica a contratação de um profissional para conceber o projeto estrutural, independentemente do tipo de construção. Isto evita a aparição dos problemas aqui citados: rachaduras, fissuras e trincas. Uma vez que estas são identificadas, recomenda-se contatar um engenheiro para buscar a melhor solução. Mas, primeiro, é necessário entender melhor cada uma das falhas.
Afinal, como identificar fissuras, trincas ou rachaduras?
Segundo a Norma Brasileira NBR 9575:2003, fissura é uma “abertura ocasionada por ruptura de um material ou componente, inferior ou igual a 0,5 mm”. Ou seja, tem a mesma espessura de um risco fino em um papel. Já as trincas se diferenciam por terem dimensões 0,5 mm a 1,0mm, sendo então mais grossas . Os casos maiores são chamados de rachaduras.
Em síntese, elas sempre merecem sua atenção e devem ser acompanhadas. Casos de trincas e fissuras com estas dimensões quase sempre são explicados pela baixa elasticidade dos materiais, que ficam sujeitos a susceptibilidade da estrutura. No entanto, em caso de aberturas maiores ou da extensão destas, se faz necessária a visita de um engenheiro civil, pois estas alertam para uma estrutura sob tensão que necessita correção.
Entenda as diferentes causas de fissuras e trincas
Recalque diferencial de fundação
São fissuras e trincas que ocorrem em 45°, ou seja, na diagonal. São também conhecidas como formato de “escada”, comuns em alvenaria estrutural. Suas possíveis causas são escavações, vibrações vizinhas, alterações no solo, dimensionamento inadequado de fundações, ou o próprio recalque. Este último é ocasionado quando há diferença de adensamento (compactação) de solo.
Má distribuição de carga de alvenaria
Estas fissuras ocorrem também em 45° e tem por costume aparecer em quinas de portas e janelas. Por serem as mais frequentes, uma metodologia de obra já foi desenvolvida para evitá-las. São causadas, em sua maioria, por má distribuição de carga da alvenaria, que acaba forçando a estrutura mais fragilizada. Neste caso, os vãos de portas e janelas com ausência ou mau dimensionamento de vergas e contravergas.
Variação térmica
Diferenças de temperatura causam a dilatação e a contração dos materiais. Quando as chamadas juntas frias e juntas de dilatação não são respeitadas durante a construção, posteriormente aparecem as fissuras. Falhas com esta tem origem em encontros de dois materiais, como laje e alvenaria, e/ou no último pavimento, em caso de edificações maiores, pois é justamente onde a estrutura recebe maior incidência de luz solar.
Os novos edifícios já criaram uma tática para esconder e também evitar este tipo de fissura. É comum a criação de um friso na emenda das lajes com o reboco, ou até mesmo uma moldura de isopor.
Retração de concreto
Fissuras e trincas causadas por retração de concreto são encontradas em quase qualquer obra e, frequentemente, confundidas com fissuras estruturais em lajes. Essa patologia é causada devido a reação química do concreto que, em seu processo de cura, perde rapidamente a água.
Este impasse pode ser evitado facilmente na fase da construção. Primeiramente é preciso molhar a forma da estrutura antes do recebimento do concreto. Depois, é preciso manter esta estrutura hidratada, com película de água, principalmente nos primeiros dias pós concretagem.
Uma curiosidade sobre fissura é que, ao contrário do que muita gente pensa e pratica, nem sempre a quantidade de cimento no concreto é sinônimo de qualidade. O cimento libera calor através de reação química quando misturado com água, acelerando a perda desta água e causando fissuras. O uso dessa mistura em uma estrutura pode causar supressão de resistência da peça.
Retração de argamassa
Assim como ocorre no concreto, a argamassa também apresenta retração causada pela perda rápida de água, e pela reação química entre o cimento e a água. Tal situação em argamassa feita para reboco interno pode gerar microfissuras, o que exige uma certa atenção. Afinal, estes pequenos vãos permitem a penetração da água e, consequentemente, a diminuição da resistência na aderência da argamassa.
Em caso da argamassa para reboco externo, em locais que possam gerar movimentações por diferença de materiais, como encontro de lajes e alvenaria, ou pilar e alvenaria, recomenda-se a utilização de tela de aço galvanizado (como na foto abaixo), que pode minimizar o problema tanto da retração, quanto da dilatação (causada pela variação térmica).
Subdimensionamento ou excesso de carga
Fissuras, trincas e rachaduras causadas por subdimensionamento de estrutura ou por excesso de carga são as menos frequentes, porém as que oferecem mais riscos ao morador. O acréscimo de peso em uma edificação, pode ser causado, por exemplo, pela instalação de uma banheira em laje que não havia sido considerada no projeto. Ou então uma biblioteca cheia em um cômodo que seria apenas de passagem. Antes de fazer reformas como esta em uma casa, o melhor a se fazer é entrar em contato com um profissional habilitado pelo CREA para se ter uma análise criteriosa da estrutura e encontrar a melhor solução, com o melhor custo benefício.
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